Portugal
Arquiteto português é o ganhador do prêmio máximo do paisagismo mundial
O arquiteto português Gonçalo Ribeiro Telles foi laureado na última quarta-feira, dia 10 de abril, com o título máximo do paisagismo, o Prêmio Sir Geoffrey Jellicoe, entregue em Auckland, Nova Zelândia, durante o congresso da Federação Internacional dos Arquitetos Paisagistas, a IFLA.
Criada em 2004, a premiação tem por objetivo, de acordo com reportagem do portal Público.pt, “reconhecer um arquiteto paisagista cuja obra e contribuições ao longo da vida tenham tido um impacto incomparável e duradoiro no bem-estar da sociedade e do ambiente e na promoção da profissão”.
Nascido no ano de 1922, em Lisboa, Gonçalo Pereira Ribeiro Telles é graduado em agronomia e em arquitetura paisagista. Ele iniciou sua carreira como assistente de Francisco Caldeira Cabral, um dos pioneiros do paisagismo em Portugal.
Entre os projetos de sua autoria estão o Corredor Verde de Monsanto (conhecido como o corredor verde de Lisboa), os jardins da Fundação Calouste Gulbenkian, o Vale de Alcântara e da Radial de Benfica, o Vale de Chelas e o Parque Periférico, todos na capital portuguesa.
A premiação é considerada o Nobel do paisagismo e compara-se, em relevância, ao Prêmio Pritzker. Seu nome é uma homenagem ao paisagista britânico Sir Geoffrey Jellicoe (1900-1996), fundador da Federação Internacional dos Arquitetos Paisagistas.
Entre os ganhadores do prêmio Jellicoe estão o norte-americano Peter Walker (2004), o francês Bernard Lassus (2009), a canadense Cornelia Hahn Oberlander (2011) e o húngaro Mihaly Mocsenyi (2012).
Lindas OLIVEIRAS !!!
Este conjunto de três oliveiras milenares (Olea europaea L.), encontra-se junto ao pano de muralha do lado poente da cidade de Serpa, ao longo da Rua dos Arcos.(PORTUGAL)
Tal como as que apresentamos anteriormente, estas árvores foram transplantadas em 1978 para este local e encontram-se classificadas.
Para facilitar a sua identificação, as árvores foram numeradas de Sul para Norte, no sentido de fazer coincidir esta referência com a que é apresentada no portal da Autoridade Florestal Nacional. Pode consultar os seus processos nas seguintes ligações: oliveira nº 1,oliveira nº 2, oliveira nº 3.
Apesar de atualmente possuírem copas reduzidas, estas árvores aparentam um bom estado vegetativo.
Embora estes exemplares apresentem um porte inferior aos que ladeiam a estátua do Abade Correia da Serra, são espécimes milenares de grande beleza.Link
Aprender pelo nariz
Direto do Blog amigo de Portugal:
Dias com árvores
Genista florida L.
Há tempos, em sessão pública, um popular botânico português contava de um seu ilustre colega, já falecido, que ele era incapaz de reconhecer as plantas vivas no seu habitat. Precisava de colhê-las, espalmá-las numa pasta de arquivo e esperar que perdessem o viço e a cor, só então assumindo para ele uma identidade reconhecível. Um pouco como um médico legista de tal forma moldado pela sua profissão que só reconhecesse uma figura humana no estado de cadáver.
Optamos por omitir nomes porque alguém nos afiançou que a história era exagerada, e não é nossa função propagar mitos, mesmo que eles sejam lisonjeiros para amadores como nós, incapazes de lidar com certas minúcias morfológicas mas com algum olho para as plantas no campo. Verdadeira ou falsa, a historieta é plausível e ajuda a explicar a aridez de certas obras de referência dirigidas a especialistas. Por que é que a Flora Ibérica e aNova Flora de Portugal raramente incluem o perfume entre as características distintivas das espécies que descrevem? Talvez porque as plantas secas de herbário, em que os peritos se baseiam, não guardam vestígio do perfume que alguma vez exalaram. É verdade que as cores também se desvanecem, mas quem recolheu a planta poderá tê-las anotado.
Não é tarefa simples, e às vezes nem sequer exequível, traduzir um perfume por palavras. A Genista florida, conhecida no vernáculo como giesta-piorneira ou piorno-dos-tintureiros, é das mais olorosas dentro de um género em que a maioria das espécies (15 delas são nativas em território português) parece ter flores inodoras. A Genista florida não irradia um cheiro intenso e enjoativo como a giesta-amarela (Cytisus striatus): precisamos de nos aproximar para que um suave perfume a limão nos acaricie o olfacto. Uma vez o nariz ensinado, não há engano possível. É mais um sentido, a juntar à vista e ao tacto, que nos ajuda a reconhecer as plantas.
Diz-se que Lineu escolheu para este arbusto o epíteto florida para celebrar a abundância da sua floração, embora ele não se destaque especialmente por essa qualidade entre os seus congéneres. Notável é o tamanho que atinge, por vezes três metros de altura e um porte quase arbóreo, quando a maioria das espécies de Genista são arbustos rasteiros. Floresce entre Maio e Julho, é nativo da Península Ibérica, França e Marrocos, e em Portugal aparece no norte e no centro, com alguma predilecção por lugares elevados.
Genista micrantha Ortega
No outro extremo da escala está um endemismo peninsular, a Genista micrantha, um arbusto que quase parece de consistência herbácea. Do seu caule grosso e prostrado nascem finas hastes pouco ou nada ramificadas de 20 a 40 cm de altura, cada qual rematada por uma dezena de flores dispostas em espiga. Se, como indica o epítetomicrantha, as flores são de facto pequenas, com cerca de 1 cm de diâmetro, isso está na justa proporção das dimensões gerais da planta. Singular é a sua preferência por prados úmidos e turfeiras de montanha, o que limita a sua distribuição em Portugal a umas poucas cumeadas da metade norte do país.
O preço de uma flor
As Flores e o Corvo, perdidas no Atlântico e com um pé na América, são o pedaço mais remoto de um Portugal já sem império. Mas, com a construção dos aeroportos e os voos regulares para as ilhas, o que é longínquo passou a ser acessível. O preço que pagamos pela facilidade que temos em ir e voltar é que já não é verdadeiramente possível estar nas ilhas. Não nos desligamos do assédio dos prazos e dos compromissos que trazemos do continente. Achamos curiosa a vida despojada dos ilhéus, com tão escasso comércio e tão raros entretenimentos, e não nos imaginamos a viver vida igual. Visitar as Flores por uma semana é como meter o pé na água fria sabendo que nunca mergulharemos de corpo inteiro.