Paisagismo residencial, São Paulo

No paisagismo há o contraste da vegetação vertical com o gramado da praça
Verde
No paisagismo há o contraste da vegetação vertical com o gramado da praça verde
No paisagismo, o céu é a medida

Nas entrelinhas, Isabel Duprat é presença constante em PROJETO DESIGN, nos muitos projetos residenciais e corporativos que passaram pelas mãos habilidosas dessa paisagista paulista, com três décadas de carreira. Sua intervenção nas duas residências apresentadas a seguir, uma urbana e a outra imersa na tranquilidade do campo, são exemplos do diálogo de Isabel com arquiteturas distintas, concebidas respectivamente por Isay Weinfeld e pela extinta dupla Thiago Bernardes e Paulo Jacobsen.
“Se o homem é a escala arquitetônica, para o paisagismo o céu é a medida”, resume Isabel Duprat com precisão, referindo-se à importância que a luz natural tem em seus projetos e ao entendimento, para ela essencial, da arquitetura em relação ao lugar.
Analisando as fotos da residência urbana idealizada por Isay Weinfeld, é difícil imaginar que da sala se tenha vista para uma movimentada avenida da zona central paulistana, tal a densidade da vegetação e o isolamento que o paisagismo cria em relação ao entorno imediato.
Não se percebem muros nem vizinhos; e os degraus, onipresentes, estão em segundo plano graças à utilização de blocos de pedra com dimensões contrastantes, gramitos e árvores, cuja conformação irregular faz com que a vegetação entre de fato na arquitetura.
A casa de dois pavimentos tem dormitórios voltados para a frente do lote e entrada social pela área de lazer, nos fundos.
Na casa urbana, projeto de Isay Weinfeld, os sete metros de desnível do corredor lateral são diluídos, visualmente, pela vegetação, que ora invade e ora envolve os pisos de pedra

Na casa urbana, projeto de Isay Weinfeld, os sete metros de desnível do corredor lateral são diluídos, visualmente, pela vegetação, que ora invade e ora envolve os pisos de pedra
Implantação da residência urbana - Esquema do projeto paisagístico

Implantação da residência urbana
Esquema do projeto paisagístico
Croqui

Croqui
O projeto se desenvolve como um passeio, representado pelo percurso linear e em aclive entre a porta da rua e a da sala. É longa a distância e o desnível vencidos pelos degraus e patamares, com o muro lateral de divisa como limite.
O caminho é estruturado por “forrações e arbustos de diferentes formas, cores e texturas – como calateas, crinuns, spatiphylluns, caliandras, odontonemas -, que recebem árvores verticais floridas, compassadas por palmeiras e troncos de cores claras e escuras”, detalha a paisagista.
Esse trajeto conduz ao grande tapete verde dos fundos da residência, a praça de chegada que envolve a piscina, cuja profundidade é enfatizada pela mata de ipês amarelos e mirundibas.
Já na esparramada casa de Thiago Bernardes e Paulo Jacobsen, localizada em condomínio residencial no interior de São Paulo, a profundidade do campo visual e o traço retilíneo e modular da arquitetura foram os elementos referenciais do paisagismo.
Implantada em lote que se abre nos fundos para um bosque e campo de golfe, a edificação tem dois pavimentos que vencem, através de caixas ou volumes individuais de madeira, os dez metros de desnível.
Os módulos abrigam os ambientes íntimos e sociais e estão articulados entre si pelo pátio central, de estar e lazer, demarcado na largura pela pérgola que interliga os diversos setores.
Diferentes dimensões dos degraus de pedr
As diferentes dimensões dos degraus de pedra, e sua interação com a vegetação, dissimulam as distâncias dos percursos pelo lote

As diferentes dimensões dos degraus de pedra, e sua interação com a vegetação, dissimulam as distâncias dos percursos pelo lote
A arquitetura desenvolve-se através de longo passeio lateral que desemboca na área aberta dos fundos

A arquitetura desenvolve-se através de longo passeio lateral que desemboca na área aberta dos fundos
Duas escalas complementares embasam o paisagismo. Uma contextualizada pela paisagem distante (“o céu e a natureza têm forte presença nesse projeto”, conceitua Isabel), a outra intimista, representada pelos jardins internos sob a pérgola.
Eles recortam irregularmente o grande pátio seco no centro da residência, servindo de cenário natural para as aberturas de salas e dormitórios.
Nas laterais do terreno, que faz divisa com outros lotes residenciais, há pequenas matas resguardando a privacidade doméstica.
“Favoreci o movimento irregular desses fechamentos laterais, adensados com árvores nativas de espécies variadas, como pau de rosas, guapuruvu, lophantera e inúmeras frutíferas”, explica a paisagista.
Uma pérgola metálica acompanha toda a largura da edificação e serve de marcação para os jardins internos na casa projetada por Bernardes e Jacobsen, em condomínio no interior de São Paulo

Uma pérgola metálica acompanha toda a largura da edificação e serve de marcação para os jardins internos na casa projetada por Bernardes e Jacobsen, em condomínio no interior de São Paulo
Os degraus curvos acomodam o platô da casa às curvas de nível do terreno

Os degraus curvos acomodam o platô da casa às curvas de nível do terreno
Durante a execução, Isabel percebeu o potencial da visual do bosque localizado a meia distância, o que evoluiu para o prolongamento do platô e a criação de compridos degraus, que acomodam a área plana central – criada pela arquitetura – no terreno em declive.
“A ideia era fazer degraus retos, mas, como a casa já é bastante retilínea, sugeri diluirmos a escada de modo que ela demarcasse as curvas de nível”, ela conclui.
Tal ação é recorrente no trabalho de Isabel Duprat, marcado pela forte presença da vegetação e pela atenção às potencialidades e demandas de se trabalhar com seres vivos, as plantas.

Texto de Evelise Grunow
Publicada originalmente em PROJETODESIGN
Edição 389 
Isabel DupratFormada em 1978 pela FAU/Mackenzie,Isabel Duprat desenvolve e acompanha a execução, há mais de 30 anos, de projetos de arquitetura paisagística de residências, fazendas, empreendimentos comerciais e institucionais em diversos estados do Brasil e no exterior
Ipês amarelos e pedriscos conformam o jardim aerado, que pontua a piscina e a área de lazer

Ipês amarelos e pedriscos conformam o jardim aerado, que pontua a piscina e a área de lazer
A casa abre-se para os fundos do lote

A casa abre-se para os fundos do lote
Foto: Marco Yamin
Implantação da residência em Bragança Paulista - Esquema do projeto paisagístico

Implantação da residência em Bragança Paulista
Esquema do projeto paisagístico

A Arte do Paisagismo…


          
                 A ARTE DO PAISAGISMO NOS CAMPOS DE FUTEBOL

         Manfred Bert, paisagista alemão, cuidou de campos como a Escolinha do Zico.
      
        Se o Brasil é chamado o país do futebol, outra pátria também pode ser classificada  dessa maneira: a Alemanha. Foi de lá que, há 20 anos, o paisagista Manfred Bert migrou para o Rio de Janeiro, portando um diploma inédito no país: O de Paisagismo com especialização em campos de futebol.

       Formado na Alemanha, Manfred, em pouco tempo, conquistou seu espaço no Brasil. Iciou, com sorte, como costuma dizer, fazendo o projeto paisagístico do Clube Costa Brava, na Joatinga, e logo tornou-se um dos mais requisitados em sua área.

      Chegou a fazer campos para C.R. Flamengo além de ter projetado os campos da Escolinha do Zico e de muitos outros clubes e condomínios da cidade.   
      Apaixonado pela Zona Oeste, onde vive com sua esposa, Manfred, que 
 introduziu na região a produção de Húmus de minhoca, resultado da
   transformação de toda matéria orgânica.


    Com projetos consagrados em grandes empresas, condomínios e residências no Rio de Janeiro, a equipe do Minhocário Arboreum  é realmente especializada, garantindo um jardim dos sonhos. 
    Orçamentos gratuitos e sem compromisso.