Monet – O jardineiro dos pinceis

Claude Monet (1840 – 1926) nasceu de uma família de classe média e foi um paisagista que retratou a natureza de um modo peculiar. Diferente dos pintores da época, que trabalhavam em seus ateliers, mesmo quando seus quadros retratavam bosques ou campos, Monet coloria suas telas ao ar livre, descobrindo que as sombras não eram áreas mais escuras e sim tonalidades diferentes. O alaranjado ficava azulado, os amarelos tomavam tons arroxeados e os vermelhos, por incrível que possa parecer, adquiriam nuances esverdeadas. Com esta perspicácia ele pinta, em 1874, uma tela que chamaria “Impressão, sol nascente”, o estilo, esta nova forma forte e direta, causaria uma repercussão tão grande na época que inauguraria uma das fases mais conhecidas e deslumbrantes da historia da pintura, chamada de impressionismo. A obra mostra o porto do Havre no meio de um nevoeiro e, quando exposta no estúdio do fotógrafo Nadar junto com outras de autoria de Degas, Renoir, Camille Pissarro, Cézanne, Sysley, Boudin e Berthe Morisot, chama a atenção do crítico de arte Louis Leroy, que usa o termo “impressionisme” pela primeira vez no periódico “le Charivari” de 25 de Abril de 1874. O engraçado da historia é que Leroy não foi muito amável no seu comentário, classificando a mostra como um atentado às boas normas artísticas e um desrespeito aos mestres da época.

Começam, mais ou menos nessa época, a se dissipar as nuvens de miséria que pairavam na vida de Monet; a pobreza e às vezes até a depressão, motivada pela falta de reconhecimento, levara o pintor a tentar suicídio quatro anos antes, mas as coisas melhoram de tal modo que ele consegue comprar uma bela casa em Giverny, no meio de uma região pródiga de belezas naturais. A abundância de paisagens inspiradoras é fantástica, por isto ele trabalha em cinco ou seis telas simultaneamente. Em uma delas, começa retratando um grande carvalho; esta imensa árvore, talvez na época já centenária, tinha como pano de fundo um áspero rochedo e ficava bastante retirada da aldeia mais próxima. Era final do inverno e começa uma chuva que duraria três semanas, impossibilitando qualquer tarefa. Quando Monet voltou, o carvalho (Quercus faginea) estava totalmente florido. Ele não teve dúvidas, falou com o prefeito da cidade e este levou uma turma de trabalhadores que retiraram todas as flores e as folhas deixando-o assim novamente com aspecto invernal. A pintura está entre as celebridades imortalizada por ele.

A vida de Monet teve uma virada quando ganhou cem mil francos na loteria. Graças a isto pôde-se dedicar, de corpo e alma, a pintar o que queria, sendo que a série das ninfeias lhe tomou vinte anos de trabalho e contemplação na sua propriedade de Giverny, onde gostava de pintar repetidamente sua ponte japonesa. É interessante que ele ficou grande parte de sua vida formando um jardim, com a ajuda de quatorze jardineiros, que serviria de modelo para sua obra. No caso das ninfeias, por exemplo, as representava com seus pincéis em diferentes horas do dia, revelando assim uma metamorfose de tonalidades que ficavam mais ou menos luminosas dependendo da incidência do sol. Brancas, rosadas, amarelas ou com pétalas azuis aveludadas, como a “king of the blues”, flutuavam junto as folhas arredondadas. O espelho d’água, as folhagens, as plantas aquáticas com suas flores, ora fechadas, ora desabrochando, eram reproduzidas nas telas de maneira densa, porém utilizando tons delicados, às vezes quase aguados, fazendo com que as pétalas parecessem como que agitadas pela brisa. Só nos últimos anos usa cores fortes como o amarelo e o vermelho, por causa da perda da visão, que começa a afetá-lo a partir de 1908.

Este artista, de sensibilidade rara, trabalhou como paisagista em dose dupla. Uma projetando os jardins dessa casa localizada na Alta-Normandia, onde morou durante os últimos vinte cinco anos de sua vida, e outra levando para as telas essa paisagem que cuidou com esmero.Link

Raul Cânovas

Raul Cânovas nasceu em 1945. Argentino, paisagista, escritor, professor e palestrante. Com 50 anos de experiência no mercado de paisagismo, Cânovas é um profissional experiente e competente na arte de impactar, tocar, cativar e despertar sentimentos nos mais diversos públicos – http://www.raulcanovas.com.br.

Planejando seu jardim:

O Brasil é dividido em seis principais climas. Assim, muitas plantas que vegetam bem no Amazonas, com clima equatorial, não resistirão à Porto Alegre, de clima subtropical. Da mesma forma, espécies da caatinga, de clima semi-árido, poderão terão dificuldades em vegetar no Rio de Janeiro, de clima tropical, e assim por diante. Em se falando de clima, podemos considerar que o Brasil tem muitas diferenças e isso deve ser levado em consideração na escolha das plantas. E isso, que não estamos considerando as plantas exóticas, que podem ser climas ainda mais diversos.

O Brasil é tão extenso e diverso em clima, que permite jardins externos totalmente tropicais ou desérticos. Dependendo da região.

Por este motivo, não se pode plantar sansão-do-campo do Paraná ao Rio Grande do Sul. É um planta que apesar da grande rusticidade, não tolera a mínima geada. Outro exemplo clássico é a tentativa, sempre infrutífera, de fazer vicejar ano após ano tulipas ou jacintos-uva no Brasil. Mesmo no nosso clima mais temperado, o frio não é suficiente para a formação das flores e saúde dos bulbos.

Todas as plantas requerem um certo conjunto de condições de crescimento. As condições do seu terreno vão determinar quais plantas vão crescer e se desenvolver bem lá.

Solos:

variam muito em pH, textura, drenagem e fertilidade. Solos arenosos são geralmente bem drenados, enquanto solos argilosos podem se tornar encharcados. Algumas plantas se dão bem em ambas as situações. Assim, use sempre as informações da análise de solo da sua área na seleção das plantas. É muito melhor e mais fácil selecionar plantas para o seu tipo de solo, do que tentar modificar seu solo.

As plantas variam também em suas necessidades de luz solar. Por exemplo, a samambaia-paulista vai muito bem sob sol pleno, mas a grande maioria das samambaias não tolera a incidência solar direta. Quando você avaliar ideias alternativas ao seu projeto, considere os padrões de sombra criados pelas construções e por outras plantas.

Algumas árvores e arbustos de folhas perenes podem não tolerar os ventos frios de inverno, com efeito desidratante. No entanto, a maioria das plantas decíduas (caducas – que perdem as folhas no inverno) resistirão a exposição total, em campo aberto.

Helicônias e bananeiras, com suas folhas grandes e macias, devem ser plantadas em locais protegidos de ventos fortes.

Topografia:

Algumas plantas são adaptadas a regiões de vales, com umidade, enquanto outras são ideais para cobrir taludes e áreas com risco de erosão. As variações são muitas, portanto respeite a topografia do seu terreno, resistindo a tentação de aplainar tudo com uma retroescavadeira. Muitas vezes o terreno acidentado propicia a criação de caminhos e pontos focais interessantes, além de manter a estrutura do solo e criar diferentes microclimas, permitindo o cultivo de plantas com requerimentos diferentes nas partes mais altas e nas partes mais baixas do terreno.

Esteja atento também a possível poluição do solo ou do ar do local. Muitas espécies de coníferas, não resistem à poluição do ar, e acabam secando. Áreas com solo salino, comum em regiões litorâneas, podem impedir o desenvolvimento de diversas espécies. Você deve selecionar plantas que irão crescer bem sob as condições do seu terreno. Do contrário, você terá muito trabalho para mantê-las saudáveis desde o início.

Uma boa ideia é percorrer a vizinhança e anotar quais plantas estão bonitas e viçosas. Mas não se prenda a isso, limitando sua criatividade. Outra dica interessante é buscar por espécies que pertencem à mesma latitude da sua cidade. É comum por exemplo, espécies da África do Sul ou da Austrália, crescerem bem nos estados do sul do Brasil. Visite as floriculturas e garden centers da região e converse com os viveiristas. Eles terão dicas valiosas de plantas para vocês.Link

Os JARDINS DE VIDRO de Dale Chihuly

Nascido em 1941 em Tacoma, Washington, Dale Chihuly foi introduzido ao vidro, enquanto estudava design de interiores da Universidade de Washington.

Afinidade de Chihuly para estufas tem crescido em uma série de exposições em contextos botânicos. Seu ciclo Garden começou em 2001 no Conservatório Garfield Park, em Chicago.

Sobre Dale Chihuly

Sobre Dale Chihuly

Sobre Dale Chihuly

Desfrute de uma visita guiada por 60 minutos através do jardim do Exhibition com arquitecto paisagista, Richard Hartlage.

EstufaLink

SOBRE JARDINS

“Um jardim deve combinar o poético e o misterioso com uma sensação de serenidade e alegria.” Luis Barragan

 

 

 

 

 

“Não existe jardinagem sem humildade.” Alfred Austin
 

 

 

 

“Sei que é nos sonhos que os jardins existem, antes de existirem do lado de fora. Um jardim é um sonho que virou realidade.” Rubem Alves